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Alexandrina

CONTE-NOS SUA HISTÓRIA

direitoamemoriaa@gmail.com

Texto Biográfico - Direito à Memória

Registros e Pesquisa Histórica de Professora Doutora Patrícia Sampaio

Texto fictício criado por Maria do Rio

Redesenho/Ilustração realizado por Luiz Oliveira 

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Alexandrina Sem Sobrenome, filha de negros escravizados, nascida livre e empregada de um casal de naturalistas estrangeiros, a americana Elizabeth Agassiz e o suíço Louis Agassiz, que vieram para a Amazônia para estudar a flora e fauna brasileira.   

 

Trabalhando nos serviços domésticos da Casa Grande, entre organizar, lavar, passar, cozinhar, cuidar dos animais, plantar e colher, por suas mãos pequenas foi logo destinada a função de desempenhar os trabalhos mais delicados, que exigissem mais atenção e cuidado, como as coletas herboristas e a identificação de novas espécies, sendo assim, reconhecida como aprendiz de naturalista entre os trabalhadores da Expedição Agassiz.

 

Ainda criança, Alexandrina conheceu profundamente a natureza e os conhecimentos dos povos originários que ainda habitavam a Amazônia Oitentista. Sua principal atividade na expedição era adentrar as matas e conversar com os povos que moravam na florestas, pois seria a única a possuir a habilidade de entender, falar e escutar as línguas indígenas. Para isso, nada acontecia até que Alexandrina voltasse da floresta, pois era ela quem conhecia e  apontava caminhos da mata, descobria espécimes novas e mediava a comunicação entre os colonos e a natureza. 

 

Para as mulheres nascidas  mestiças, indígenas e negras, entre outras escravas e não-escravas de outras terras, Alexandrina nunca chegou a ser domesticada, nunca cuidou de crianças, nunca foi ama de leite. Por ter nascido livre, demonstrava muita autonomia, trabalhando na roça sozinha, deslocando-se de canoa pelos igarapés, movimentando-se e trabalhando sem a supervisão dos homens. 

 

Além de exímia naturalista, Alexandrina se destacou na expedição por sua natureza única. Seus cabelos, que alçavam os céus e que nasciam enraizados da terra, nunca se viu cabelos tão parecidos com as copas das árvores, com as montanhas ou com o sol nascente como aqueles, motivo que a levou a ser registrada por muitos artistas e crônitas da época.

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